sexta-feira, 16 de abril de 2021

MONODIÁBOLOS

Meu próximo livro está no forno, aguardando a cobertura dourar. Abaixo, apresento-lhes uma mostra da introdução.

Esclarecimento

          Sobre a Divina Comédia, Giovanni Papini escreveu: “A Comédia é um caminho para a Perfeição, um itinerário para Deus, uma escada de cem degraus, que nos permite surgir da selva escura à rosa fulgurante”. Agrippino Grieco foi preciso sobre o rei dos Poetas, ao afirmar: “Tão distante está ele das demais criaturas que pô-lo em cena, localizá-lo no teatro, importa em desastre: força é mantê-lo num plano todo espiritual como entidade mística a que se deve aludir, mas não se deve ver em carne e osso”. E ao se referir sobre os muitos escritores que tentaram descrever os lugares onde habitam a alma depois de findo o corpo físico, Sylvio Brito Soares em sua aguda percepção exprimiu de forma magistral sobre Dante: “Desses escritores, um apenas conseguiu impressionar fortemente a sensibilidade humana, através da obra que é inegavelmente, um repositório de beleza poética [...]. Dante era um espírito forte, corajoso, desassombrado e, por isso, sofreu muito”. Portanto, em concordância, Dante pode ser considerado como um espírito superior enviado por Deus para despertar desventurados dos sepulcros terrenos, enterrados vivos pela ignorância e pelo desconhecimento das Leis Divinas. Assim, e em face da admiração e respeito por este Angélico, foi necessário dar uns mergulhos na sua lagoa poliédrica e buscar aquilo de que uma coisa é feita para a construção de alguns andares da obra. Ir ao leito, impossível, nadar foi cômodo.

 No entanto, foi do Codificador, também escolhido por Deus para servir como o pedreiro dos espíritos superiores, escavado o material para sustentação da base, bem como retirado o barro cozido para levantar as paredes do Além e feito uma mistura para amalgamar os interstícios dos mistérios da vida e da morte. Dever de casa difícil, mas prazeroso, diante do piscar de uma fulgurante luz - o lume da renovação moral e espiritual - da mesma maneira como ditou o Espírito da Verdade: “Eu vos digo, em verdade, que são chegados os tempos em que todas as coisas devem ser restabelecidas no verdadeiro sentido, para dissipar trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos”. 

Sem princípio e nem fim grato.

Jaci Alvarenga Theodoro Filho - Escritor e Professor


 

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

NOVO ESTILO DE LITERATURA - PROSA SEM DRAMATURGIA

Charuto cubano surgiu de uma simples ideia: descrever colóquios de um grupo social. A escolha dos assuntos recaiu sobre o quadro político do país, além de outros temas que necessitam de um debate mais amplo por parte da sociedade, tais como: corrupção, evergetismo, cultura, alcoolismo, violência doméstica e cinismo social. Desenvolvi a obra através da reprodução de conversas das personagens sobre estes assuntos. Pareceu-me mais fácil transpor a narrativa, inicialmente em prosa, para diálogos, similar ao estilo das peças teatrais. Portanto, reforço com a seguinte explicação: não sou dramaturgo e pouco entendo desta forma de arte. Simplesmente criei um argumento, imaginei as cenas e inseri as palavras nas falas de cada personagem. Em suma, esta obra não se destina à realização teatral.


Como adquiri-lo:


https://editoramultifoco.com.br/

Abraços!





domingo, 13 de setembro de 2020

O DEVOTO DE SÃO MIGUEL


 O DEVOTO DE SÃO MIGUEL

São Sebastião da Bela Vista é um município do Estado de MG. Localizado no extremo sul, próximo de Pouso Alegre, Santa Rita do Sapucaí, Careaçu, Natércia, Heliodora, entre outras cidades circunvizinhas.

Tive o prazer em conhecer os projetos da Secretaria de Cultura do município. Confesso que foi uma experiência maravilhosa. 

Compartilho com vocês o filme "O Devoto de São Miguel" (You Tube). Faz pensar.

https://www.youtube.com/watch?v=Rp_JUqjjaPU&ab_channel=UillianSantiago-Produ%C3%A7%C3%A3oCultural

Empreendedorismo e cultura, dois ingredientes que se misturam facilmente.


Abraços do Prof. Jaci




quarta-feira, 22 de abril de 2020

O ASTEROIDE


O ASTEROIDE

 


Na estrela Alfa Centauro, a mais próxima da terra, existiu o mais belo de todos os planetas do universo. Esta vizinha ilustre está a quatro anos-luz de distância dos humanos. O viajante deverá percorrer somente 38 trilhões de quilômetros para alcançar os limites daquele planeta.




Há alguns milhares de anos, neste planeta banhado por dois sóis, os habitantes viviam numa sociedade harmoniosa. Os continentes do planeta possuíam oceanos cristalinos, lagos e rios límpidos. A flora era de uma pureza divina. Dia sem noite e eternamente banhado pelas luzes de duas estrelas. O povo era desprovido de ciúme, ódio, ira, inveja, rancor, doença, intolerância e ambição. O sistema de governo era emanado de um conselho de sábios com representatividade das cidades-estados, através de células denominadas núcleos geradores de competências. Assim, existiam inúmeros núcleos, tais como: produção de alimentos, produção da educação e cultura, produção tecnológica, produção hídrica, entre outros.



Este sistema foi baseado nos estudos filosóficos de dois sábios, cujos nomes eram Platônico e Aristo. A filosofia fora construída sobre as questões do ser, agir e pensar. Os filólogos de lá nunca se depararam com as palavras tirania, pobreza, demagogia, guerras, oligarquia e exclusão social. Aquela raça era verdadeiramente feliz e sábia.



Um belo dia, uma nave espacial pousou naquele mundo maravilhoso. Os cosmonautas, oriundos do planeta Terra, ficaram impressionados com aquela grandeza, pureza e sabedoria. Eles precisavam contar para os governantes terráqueos o que haviam encontrado. Era preciso informar que Platão e Aristóteles estavam certos. Aquele modelo seria a salvação da raça terrena. Não foi possível. Os centaurianos destruíram a espaçonave, de modo a não permitirem possibilidade de contato.



O tempo passou e os viajantes terráqueos desencarnaram daquele mundo. Não se passou muito tempo, um vírus misterioso começou a contaminar a população daquele planeta. Os mais jovens começaram a adquirir sintoma de ciúme, ódio, ira, inveja, rancor, doenças, intolerância e ambição. Centenas de anos depois, aquele paraíso tornou-se o inferno da galáxia.



Dizem que Deus, ao ver a proliferação das guerras, da exclusão social e da ambição desmesurada, irou-se com as atitudes mesquinhas daquela raça. Os sofredores, de tanto clamar por Deus, decidiram aderir à religião da classe dominante, que pregava a impossibilidade da existência do Ser Supremo. Um dia, o Pai Celestial decidiu aplicar o castigo divino. Os astrônomos detectaram no espaço, um corpo celeste viajando em direção ao planeta. Os cientistas concluíram que era enorme as chances de uma colisão. O tempo para medidas preventivas era curto. Em suma, aquela raça estava fadada a uma catástrofe de elevadas proporções.



O corpo celeste foi implacável e milhões de vidas pereceram naquele evento apocalíptico. Os poucos que restaram para contar a história, concluíram que o vírus fora trazido pelos terráqueos e, assim, teria contaminado todo o planeta. Os sobreviventes reforçaram suas convicções em Deus. Ele realmente existia, pois a classe dominante aprendeu a dividir a riqueza com os menos favorecidos.