terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O FUTURO E AS MUDANÇAS

Heráclito (550 a.C) afirmou que a única coisa permanente no mundo é o estado de mudanças. Impressiona-me a sapiência dos filósofos antigos! Minhas amigas e amigos imaginem o impacto que as grandes invenções promoveram nas pessoas. E isto aconteceu no final do século XVIII e século XIX. Eis que de repente, no alto de uma serra, um lavrador e seu filho, sob um sol causticante, ouvem um barulho similar à mistura do som de um apito e do grito uh! Ele indaga o filho:
- Escutou filho?
O filho aponta o indicador para um ponto distante e diz:
- Olha pai, parece que vem daquela fumaça lá longe.
O som aumenta e a fumaça anda. O pai e o filho coçam a cabeça. O som aumenta... a fumaça se aproxima: uuh, uuh, café com pão manteiga não...
Pai e filho exclamam uníssonos:
- É um dragão! – o medo apodera-se deles.
Era uma locomotiva. Os lavradores desconheciam aquela invenção maravilhosa, pois até então, o homem havia vivido na “era do capim”, ou seja, se locomoviam a cavalo, na carroça ou na diligência.
Amigas e amigas, novos tempos à frente. As mudanças serão constantes em nossas vidas e devemos estar preparados.
Ilustrarei para vocês um fragmento do livro 100 Segredos das Pessoas para o Sucesso. No capítulo 76, David Niven[1] discorre sobre a necessidade de preparar-nos para o futuro. Acompanhem comigo:
Imagina as empresas em 1900 – sem Internet, sem computadores, sem calculadores e, em muitos lugares, sem eletricidade. Quando hoje, olhamos para trás, ficamos surpresas ao pensar que as pessoas trabalhavam sem essas ferramentas maravilhosas que se tornaram indispensáveis. Quais serão as novas ferramentas que ainda nem foram inventadas e que se tornarão comuns daqui a algumas décadas [...]. Seu trabalho certamente não será o mesmo daqui a 10 ou 20 anos, mas não significa que você ficará ultrapassado. Apenas significa que tem de abrir-se para a inovação, sem medo. [...].
 No final do capítulo, ele apresenta a seguinte mensagem:
Uma pesquisa feita com funcionários cujas demissões não foram causadas por deficiência no desempenho descobriu que a flexibilidade, a disposição para tentar novas tarefas e aprender novas habilidades  são fatores decisivos para conseguir com maior rapidez um novo emprego (Ingran, 1998).
Reflitam sobre as mudanças. Se quiserem ter sucesso, estejam preparados para novos tempos.

Abraços,


Prof. Jaci Alvarenga

               


[1] NIVEN, DAVID, PhD. 100 Segredos das pessoas de sucesso. GMT Editores. Rio de Janeiro. 2002.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

OS PRINCÍPIOS DE DESCARTES E A QUALIDADE

A norma ISO pode ser descrita como um instrumento que fornece o poder, por meio dos procedimentos documentados. Nos anos 90, tornou-se a panaceia para os males empresariais – a falta de eficiência. Era a verdadeira festa do faz-de-conta. Nos tempos atuais, os auditórios da qualidade estão vazios, principalmente, nas grandes empresas.
Para que você compreenda um pouco mais sobre a essa ferramenta de gestão, vou centrar-me em três aspectos enfatizados por Max Weber[1], pois tem relação com a norma ISO 9000. Ele enfatizou a necessidade de se ter uma forma organizacional estruturada em cargos com atribuições e responsabilidades definidas; afirmou que a existência de regras e normas (procedimento escritos) proporciona redução de erros e asseguram o alcance dos objetivos e que todos os fatos e dados devem ser registrados (registros da qualidade).
Ora, você que é responsável pelo sistema da qualidade ou que atua sob a rígida fiscalização dos auditores, pergunto-lhe: Qual a semelhança entre a ISO e os princípios de Max Weber?
Acredito que a ISO trás algum resultado para as pequenas empresas em estágios iniciais de desenvolvimento. Proporciona a criação de uma cultura para padronização das atividades, por meio de normas, procedimentos e métodos. Nas grandes empresas, isto acontece de forma natural, pois são empresas consolidadas, possuindo elevada sensibilidade para os possíveis fatores ambientais (interno e externo) que poderão afetar o negócio. O que importa não é a falta da data em um registro da qualidade, e sim, o resultado do negócio.
Para consubstanciar conceitos teóricos sobre a qualidade, apresento abaixo um interessante teste da qualidade para, por exemplo, consultores que queiram refletir com os seus consulentes. Leia atentamente cada conceito e responda com absoluta franqueza:
               
1. “Consiste em não aceitar como verdadeira coisa alguma, enquanto não se souber com evidência - ou seja, clara e distintamente - aquilo que é realmente verdadeiro. Com esta dúvida sistemática evita-se a prevenção e a precipitação, aceitando-se apenas como certo aquilo que seja evidentemente certo”, diz respeito:
a)       Princípio de Joseph Juran.
b)       Item 5.21 do ISO Guide.
c)       Item 8.2.2 (Auditoria Interna) da ISO 9001.
d)       Princípio da Evidência de Descartes.
e)       Nenhuma das respostas.

2. “Consiste em dividir e decompor cada dificuldade ou problema em tantas partes quantas sejam possível e necessário à sua melhor adequação e solução, e resolvê-las cada uma separadamente”, diz respeito:
a)       Princípio da Decomposição de Descartes.
b)       Princípio de Kaoru Ishikawa.
c)       Princípio de Pareto.
d)       Item 8.2 (Monitoramento e Medição) da ISO 9001.
e)       Nenhuma das respostas.

3. “Consiste em conduzir ordenadamente os nossos pensamentos e o nosso raciocínio, começando pelos objetivos e assuntos mais fáceis e simples de se conhecer, para caminharmos gradualmente aos mais difíceis”.
a)       7º Princípio de Edward Deming.
b)       Princípio da Síntese de Descartes.
c)       Ferramenta MASP (Método de Análise e Solução de Problemas).
d)       Item 5.6 (Análise Crítica pela Direção) da ISO 9001.
e)       Nenhuma das respostas.

4. “Consiste em fazer, em tudo, recontagem, verificações e revisões tão gerais que se fique seguro de nada haver omitido ou deixado de lado”.
a)       Requisito 8.5.2 (Ação Corretiva) da ISO 9001.
b)       Princípio da Verificação de Descartes.
c)       7º Princípio de Philip Crosby.
d)       Requisito 8.5.3 (Ação Preventiva) da ISO 9001.
e)       Nenhuma das respostas.

Se em suas respostas houve predominância dos princípios de Crosby, Deming, Ishikawa e Juran, significa que os gurus da qualidade continuam sendo fontes de inspiração. Se entre as suas opções, você escolheu MASP e Pareto, significa que você sabe utilizar as ferramentas da qualidade. No entanto, se houve predominância nos requisitos da ISO 9001, você tem grandes chances de obter certificações para os seus clientes. Agora, se você optou pelos Princípios de Descartes em todas as questões, parabenizo-o. As respostas estão exatas, pois trata-se do famoso Método Cartesiano de Descartes contido no seu livro “O Discurso do Método”.
Recomendo que volte e leia com atenção os quatro princípios. Será que os programas de qualidade e suas ferramentas são revolucionários ou são simplesmente melhorias incrementais? Creio que as organizações precisam rapidamente visualizar as oportunidades educacionais para alicerçar um elevado nível de qualidade profissional nas pessoas, processos e sistemas. Desta forma, será possível ampliar o campo visual e perceber que o óbvio só óbvio para o olho preparado.


Abraços,


Prof. Jaci Alvarenga

NOTA: Texto adaptado de um capítulo do livro Teoria J do autor.





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[1] Sociólogo alemão, cientista político e economista (1864-1920)