terça-feira, 31 de julho de 2012

DONO DO PRÓPRIO NEGÓCIO

           Naquele país tropical, onde deflagrou aquela famosa greve tributária, à mesma época, dois jovens sonhavam em ter o seu próprio negócio. Uma pequena experiência como subordinados do sistema capitalista incentivou-os à busca de um sonho. 
Repletos de planos recorreram às parcas economias e aventuraram-se pelo mundo empresarial. Agora, eles poderiam ser promovidos a diretores executivos, sem implorarem pelos olhos da incompetência gerencial.

Ficou decidido entre os sócios que a empresa (micro-empresa) funcionaria conforme às exigência legais. Assim, deram início ao negócio. O primeiro ano transcorreu dentro da normalidade. Os resultados estavam dentro das projeções estimadas. Os salários e impostos em dia, as retiradas acima das expectativas e os fornecedores e clientes satisfeitos.

   No segundo ano, as exorbitantes taxas de juros e a economia em desaceleração, provocaram um desaquecimento nas vendas. A situação foi piorando e o fluxo de caixa no vermelho. O sonho estava prestes a ruir. Em um momento de reflexão, olharam para os lados e depararam com inúmeras empresas que sobreviviam, apesar do cenário econômico ameaçador. Decidiram consultar um especialista. Com o estetoscópio no ouvido e no coração da paciente, o especialista balançava a cabeça num gesto de desânimo. Os sócios entraram em pânico. Após minutos de silêncio, ele conseguiu articular algumas palavras e disparou o diagnóstico para os sócios.

-        -   Falência múltipla!

-         -  Doutor, não tem cura?!

-         -  Calma! Existe um remédio que poder ajudá-los a sobreviver.

-         -  Quanto custa? É importado?

-         -  Pode ser caro ou barato. O remédio é nacionalizado.


  Eles desistiram do medicamento sugerido e foram buscar alternativas no mercado de trabalho. Por que alguns sonegavam impostos e nada acontecia? (pensavam eles).

  Essa foi mais uma micro empresa que entrou para a estatística de mortalidade nos primeiros anos de funcionamento.

Extraído do livro "Banco de Rodoviária" (2002) do autor.



quarta-feira, 11 de julho de 2012

VISCONDE DE MAUÁ – UM EMPREENDEDOR VISIONÁRIO


          Nos bancos escolares, pouco aprendi sobre as grandes personalidades do nosso país. Entretanto, o meu gosto pela história conduziu-me a descobertas fascinantes, sobre ilustres brasileiros(as) que fizeram a diferença nos seus respectivos tempos. Quando penetro no passado dessas personalidades, meu sangue sacoleja fortemente nas veias. É um pulsar de admiração, incredulidade e alegria, pois, no nosso país, tenho a melhor matéria-prima para enriquecer a minha cultura.
           Acabei de estudar a vida de Irineu Evangelista de Souza, o Visconde de Mauá. Disse  estudar, pois não foi uma simples leitura dessa obra maravilhosa. Foi um acúmulo de lições fascinantes sobre empreendedorismo.
Visconde de Mauá foi um trabalhador incansável e um estudioso tenaz. Quando ele decidia entrar em um negócio, pesquisava profundamente e contratava os melhores para trabalhar nos seus projetos. Mauá tinha visão global e futurística. Não pensava pequeno e queria transformar o nosso país em uma potência industrial e tecnológica. Foi incompreendido e massacrado por uma sociedade conservadora que não acreditava no trabalho.
Em síntese, Mauá chegou a controlar dezessete empresas em seis países. No século XIX, ele efetuou alianças com os países vizinhos (tipo Mercosul), alinhavou fusões empresariais e percebeu a necessidade de inserir a tecnologia na agricultura. Foi um brilhante administrador e, sem medo, abriu o capital das suas empresas para alavancar os seus grandiosos projetos. Tinha um entusiasmo descomunal, associado a uma extrema frieza diante de situações delicadíssimas.
Era mais respeitado no exterior do que no Brasil. Ele foi um pilar importante na sustentação da independência do Uruguai. Causou admiração ao Barão Lionel de Rothschild, o mega banqueiro londrino, pois percebeu nele um vencedor.
Amigas e amigos, conheçam um pouco mais sobre a brilhante trajetória de Irineu Evangelista de Souza, um homem a frente do seu tempo.
Recomendo a leitura do livro do escritor Jorge Caldeira[1], uma obra prima. Caldeira é jornalista, doutor em ciência política e mestre em sociologia.


Abraços,

Prof. Jaci Alvarenga



[1] CALDEIRA, JORGE. Mauá – o empresário do império (1995). Companhia das Letras. São Paulo