Naquele país tropical, onde
deflagrou aquela famosa greve tributária, à mesma época, dois jovens sonhavam
em ter o seu próprio negócio. Uma pequena experiência como subordinados do
sistema capitalista incentivou-os à busca de um sonho.
Repletos
de planos recorreram às parcas economias e aventuraram-se pelo mundo
empresarial. Agora, eles poderiam ser promovidos a diretores executivos, sem
implorarem pelos olhos da incompetência gerencial.
Ficou
decidido entre os sócios que a empresa (micro-empresa) funcionaria conforme às exigência legais.
Assim, deram início ao negócio. O primeiro ano transcorreu dentro da
normalidade. Os resultados estavam dentro das projeções estimadas. Os salários e impostos em dia, as retiradas acima das expectativas e os fornecedores e
clientes satisfeitos.
No segundo ano, as exorbitantes taxas de juros e a economia em
desaceleração, provocaram um desaquecimento nas vendas. A situação foi piorando
e o fluxo de caixa no vermelho. O sonho estava prestes a ruir. Em um momento de
reflexão, olharam para os lados e depararam com inúmeras empresas que
sobreviviam, apesar do cenário econômico ameaçador. Decidiram consultar um
especialista. Com o estetoscópio no ouvido e no coração da paciente, o
especialista balançava a cabeça num gesto de desânimo. Os sócios entraram em
pânico. Após minutos de silêncio, ele conseguiu articular algumas palavras e
disparou o diagnóstico para os sócios.
- - Falência múltipla!
- - Doutor, não tem cura?!
- - Calma! Existe um remédio que poder ajudá-los a sobreviver.
- - Quanto custa? É importado?
- - Pode ser caro ou barato. O remédio é nacionalizado.
Eles desistiram do medicamento sugerido e foram buscar alternativas no mercado
de trabalho. Por que alguns sonegavam impostos e nada acontecia? (pensavam
eles).
Essa foi mais uma micro empresa que entrou para a estatística de mortalidade
nos primeiros anos de funcionamento.
Extraído do livro "Banco de Rodoviária" (2002) do autor.
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