segunda-feira, 15 de outubro de 2012

PATENTAR OU NÃO, EIS A QUESTÃO - III


Parte III

Para Scoth Shane (2005), na maioria das vezes, é virtualmente impossível manter em segredo as informações sobre como produzir um produto ou serviço de nova tecnologia. Embora haja diversas barreiras legais à imitação – direitos autorais, marca registrada e patentes – as patentes na realidade são as únicas que têm algum efeito para evitar a imitação.
A patente é um monopólio concedido pelo governo que não permite que outros usem uma invenção para criar um produto ou serviço no período de 20 anos, desde que o inventor revele como a invenção funcione. Para receber uma patente, você precisa ter uma invenção que o escritório de patentes considere nova. Ela precisa ter alguma utilidade comercial. Além disso, a invenção não pode ter sido revelada publicamente, seja em foro aberto seja de forma impressa, e não pode já ter sido oferecida para venda.
É muito importante que a sua patente seja forte. Isso implica em dizer que quanto maior o seu escopo e abrangência, mais empresas concorrentes você poderá impedir de imitar o seu novo produto ou serviço. Além disso, as patentes fortes são importantes para se levantar dinheiro em indústrias como a biotecnologia. Também, as patentes são um ativo vendável se o empreendimento fracassar.
Para o autor, embora o patenteamento seja uma forma muito valiosa de proteção contra a imitação, ele tem muitas limitações. Não pense que somente o simples processo de patentear seus produtos e serviços resolverão seus problemas de imitação. Vamos às limitações:
1.   Apenas uma fábrica, processo, máquina, manufatura, fórmula, projeto ou um programa de software são patenteáveis. Uma ideia não pode ser patenteada.
2.   Você deve demonstrar como o produto ou serviço que está sendo patenteado difere do estado da arte anteriormente existente, ou das invenções anteriormente patenteadas. A patente só é concedida para um trabalho de tecnologia que faça uma melhoria sobre uma invenção anterior.
Reivindicações fortes de uma patente
Como se pode saber se uma patente tem reivindicações fortes? Shane diz: você precisa olhar a patente e ver se parte das reivindicações poderiam ser mudadas ou deixadas de lado e ainda produzir a mesma invenção. Por exemplo: se uma patente reivindica o processo de usar determinado adesivo para unir duas peças de metal com outro adesivo, a patente tem reivindicações fracas. Tudo o que o concorrente tem a fazer para contornar a patente do adesivo é substituir o adesivo que você reivindicou por outro. O autor exemplifica um caso real da U.S Patent 6.622.077:
Um sistema de frenagem antiderrapante para um veículo de rodas que tenha pelo menos dois eixos, sensores de velocidade da roda e pelo menos um modulador por eixo para o ajuste das pressões de frenagem, compreendendo uma unidade de controle eletrônico que tenha quatro canais e quatro estágios finais, pelos menos um eixo do antes mencionado, pelo menos dois eixos tendo um único mencionado, pelo menos um modulador por eixo para controle comum das rodas no mencionado, pelo menos um eixo, mencionado como único, pelos menos um modulador sendo atuado comumente por dois estágios finais dos quatro estágios finais da unidade de controle eletrônico mencionada acima, e um acoplador para acoplar o eixo único da mencionada, pelos menos um modulador para a mencionada unidade de controle eletrônico.
Essa reivindicação da patente é forte do ponto de vista do tipo de veículos nos quais os sistemas de frenagem ABS seriam protegidos. A patente protege o Sistema ABS em qualquer veículo que tem “pelo menos dois eixos, sensores de velocidade na roda e pelo menos um modulador por êxito para o ajuste da velocidade de frenagem”.
Entretanto, essa reivindicação não é muito forte quando considerada do ponto de vista do tipo de características que os veículos devem ter para que o sistema ABS esteja protegido. A patente só protege sistemas ABS naqueles veículos que tenham sensores de velocidade da roda e pelos menos um modulador por eixo, o que é mais limitante do que “todos os veículos”.
Scoth Shane recomenda:

PARE! NÃO FAÇA ISSO!

  1. Não assuma que as patentes irão proteger seu novo produto ou serviço. Avalie se elas irão funcionar em sua situação.

DICA LEGAL

Patentes são usadas como armas em guerras entre empresas de tecnologia

Acesse o link e saiba o imbróglio que as patentes têm causado nos EUA  


Na próxima postagem, você vai tirar suas conclusões sobre as patentes.


$uce$$o$.


Jaci Alvarenga
Conselheiro empresarial

  
REFERÊNCIA:
SHANE, S.A. 2005.  Sobre solo fértil. Como identificar grandes oportunidades para empreendimentos em alta tecnologia. Pearson Education. Artmed Editora. São Paulo.


PS: Um autor que todo empreendedor deve ler. RECOMENDO



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